CMDCA-Rio participa de pré-conferências ouvindo demandas e propostas de jovens e adolescentes

O CMDCA-Rio participou, neste mês, das pré-conferências relativas à 12ª Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente no Município do Rio de Janeiro. Ao todo, são cinco pré-conferências realizadas neste mês.

O presidente do CMDCA, Carlos Laudelino, reafirmou a importância das políticas públicas para jovens e adolescentes. "Nossas políticas públicas precisam efetivamente ter um olhar de compromisso com essa população para que assim eles possam ter uma visão, um olhar e um caminho por onde se guiar", disse. A vice-presidente da CMDCA, Érica Arruda, destacou que as pré-conferências são o ápice do momento democrático, fazendo com que as crianças sejam protagonistas das propostas que podem vir a ser transformadas em medidas. "Nós sabemos que a pandemia de covid-19 foi uma crise social, econômica, uma crise que tem vários lados. Por isso é tão importante discutir as estratégias para pensar nos cenários pós-pandêmicos, trazendo estratégias que possam minimizar as vulnerabilidades", disse.

A conselheira do CMDCA, Beatriz de Paula Neves, ressaltou que desde 2018 não era possível fazer esse momento presencial, com a reunião de instituições, representantes do poder público e crianças e adolescentes. "A proposta é pensar de forma muito reflexiva mas mais que isso, de forma propositiva", disse. Já a assessora da 6ª CAS, Simone Soares ressaltou que as pré-conferências são importantes para que as crianças e jovens tenham justamente esse espaço para que possam opinar sobre suas principais necessidades e para que sejam criadas propostas e avaliados os avanços alcançados.

Impacto na educação - A adolescente Rita de Cássia, presente na pré-conferência da 5ª e 6ª CAS, destacou a importância de serem feitas ações para que os alunos possam recuperar o conteúdo programático perdido durante o tempo da pandemia, quando as aulas passaram a ser dadas de forma remota ou híbrida e muitas vezes por questões de dificuldades na conexão os conteúdos não foram devidamente assimilados. Já a orientadora social do CRAS Acari, Michelle Soares, ressaltou que um dos grandes impactos sofridos pelas crianças e adolescentes foi na área dos estudos. "Muitos não tinham acesso à internet para as aulas que passaram a ser remotas. Além disso, tem a questão da ansiedade, que ficou muito presente na vida deles", disse.

Impactos na economia e saúde mental - Outro ponto de impacto para as crianças e adolescentes do Rio de Janeiro foi a área econômica. A adolescente Ana Clara Melo Reis, que participou da pré-conferência relativa a 1ª e 2ª CRAS, contou que como a favela fechou, eles ficaram impedidos de trabalhar, o que acabou implicando na necessidade de levar dinheiro para casa. "Teve também o aumento da ansiedade, a gente estava preocupado com o que podia acontecer. O futuro, a falta de esperança, o como eu vou conseguir lidar com isso. Diversos fake news pioravam a situação", afirma. Para ela, sua esperança no futuro é que temas como saúde e educação sejam mais privilegiados pelos governos.

Impacto no dia a dia - A estudante Letícia de Alvarenga também ressaltou o enorme impacto que teve, em sua vida, a pandemia de covid-19. "Ficava em casa sozinha o dia inteiro, remoendo, pensando, sem saber o que fazer. Mesmo eu tendo acesso à internet, não consegui realmente acessar o conteúdo da escola. Passei o 8º ano e o 9º na pandemia. Hoje eu estou no 1º mas a sensação é que não aprendi nada. Espero que tudo possa voltar ao normal e a gente consiga melhorar e a sociedade consiga renascer", disse.

Conferência - O tema central norteador da conferência, que será realizada em novembro, é: "A situação dos direitos humanos de crianças e adolescentes em tempos de pandemia de Covid-19: violações e vulnerabilidades, ações necessárias para reparação e garantia de políticas de proteção integral, com respeito à diversidade". Lembrando que o evento no município do Rio está prevista para final de novembro. Mais informações sempre no site e nas redes sociais do CMDCA-Rio.